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Para onde caminhamos ?

Com estes novos conceitos, que renovam uma cultura centenária, baseada sempre em formatos proprietários, começamos agora uma nova era. As grandes empresas do entretenimento, acham que estes formatos fornecem o produto por vias ilegais para os usuários. Os usuários e seus criadores defendem que estes produtos devem ser liberados para todos de forma que qualquer pessoa tenha acesso a informação.

As empresas de software proprietário tornam-se cada vez mais obsoletas em um mundo baseado na liberdade da internet e na liberdade do Software Livre.

Novos conceitos se formam, como o poder escolher seu sistema operacional, o poder comprar um programa com a mesma qualidade e com preços mais acessíveis. A informática começa a se tornar um meio de socializar a informação, levando o computador às classes mais baixas da sociedade.

Apesar, no passado, todos os movimentos culturais foram causados por artistas, agora, uma nova classse de artistas começam a fomentar uma mudança radical de valores e condições de vida para todos. Estes se chamam hackers. Eles contestam contra o sistema vigente. Carregam a bandeira do desarranjo e da contestação.

Todos estes impulsos para mudar a maneira oligárquica como são exercidos os direitos autorais deve-se a conquistas técnicas envolvendo a internet, as conquistas do free software, realizadas normalmente por Geeks[17] enfiados em seus quartos ou garagens, brincando de hackear códigos alheios.

As estruturas, antes inabaláveis, começaram agora a perder seu poder. Os canais de comunicação começaram a fluir com mais desenvoltura, pois não é mais tão inacessível editar um livro ou divulgar o trabalho de uma banda.

As empresas, infelizmente, nã estão conseguindo viver bem com os atuais formatos e por sua vez, tentam jogar os mesmos para vias de ilegalidade, tiro que normalmente sai pela culatra. A indústria e a própria sociedade, terão que começar a conviver com estes formatos em harmonia, para que possam sobreviver com tranquilidade.

Mas, apesar desta socialização da cultura, há um novo problema se formando. Há uma formação de uma elite cutural, não mais uma elite velha, cheia de livros empoeirados e palavras difíceis. Forma-se agora, uma elite cultural mais branda, de jovens que detém o conhecimento da informática e outras tecnologias da informação. Jovens que dominam o poder de criar ferramentas para que o conhecimento seja liberado.

Estes, usam a internet como forma de destruição da antiga repressão cultural. Agora, eles liberam a informação, mas dominam a forma de distribuir a informação. É uma forma mais branda de controle, mas que sempre acontecerá. Pois, este controle está no ferramentário. A partir de agora a pessoa que estiver fora da internet, estará fora do mundo. Se tornará uma pessoa que não mais é cidadã do mundo. E uma pessoa que não tem acesso a informação e as novas revoluções do mundo, não tem condições de também, estar participando ativamente como cidadão.

O mundo se virtualizou, e o poder, está com aqueles que conseguirem viver do virtual, e conviver bem com o virtual. Os outros, felizmente, estarão sendo controlados por estes poucos, que proverão de informações novas, este sub-cidadãos, quando acharem que isto trará alguma vantagem para eles.

Cidadãos do mundo, cidadãos virtuais.

Os hackers invadiram nosso mundo, e agora, hackearam nosso viver, nossa essência, nossos valores. O antigo sistema foi quebrado, um novo sistema agora se forma.

Estamos na era hacker, mesmo que a maioria das pessoas não consiga admitir.


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Ataliba Teixeira 2001-01-15