Primeiro não vou discutir aqui sexualidade. Aliás, nem ao menos vou discutir religião.
O que eu vou discutir é como um fato simples pode ser transformado em arma para duas vertentes de pensamento, e distorcer toda uma discussão que seria altamente interessante para a sociedade e usada, inclusive, para fomentar o bom uso ético de sua formação profissional.
Não sei se alguém acompanhou o auê do Conselho Federal de Psicologia e uma tal de Marisa Lobo ( nunca tinha ouvido falar desta figura até ela virar notícia para todo lado com uma tal de perseguição a sua fé ).
O caso foi que o conselho regional de psicologia entendeu que a mesma estava indo contra o código de ética da profissão ao misturar psicologia com religião.
Ela gritou aos quatro cantos sobre perseguição religiosa e o caso ganhou projeção nacional.
O problema todo é que ela, como toda cultura cristã tenta de todo modo caracterizar o homossexualismo como doença e fomentar que a mitologia cristã é o caminho certo.
Normal. Isto é um direito constitucional. Você pode ter suas crenças pessoais pois elas são um direito que NINGUÉM pode lhe tirar, já que o estado brasileiro é laico, e livre de religião.
O grande problema é que a dita cuja ainda fala ( como a maioria dos evangélicos ) que considera homossexualismo doença e que ela, no auto de sua 'psicologia cristã' , curava homossexuais.
Pronto. Aí a coisa ficou séria. Os grupos LGBT começaram a se mover e a coisa tomou uma proporção ... ridícula.
Primeiro, vamos aos pontos. O Conselho Federal de Psicologia está errado ? Não.
Totalmente certo. Uma coisa é ela ser cristã, outra é ela ser psicóloga. As coisas não devem se misturar.
Como psicóloga ela deve opinar e basear-se em fatos científicos para que suas opiniões tenham validade.
Já como cristã, ela pode falar o que quiser. Infelizmente, isto é um direito dela.
Este é o problema dela é que seu site fomentava uma tal 'psicologia cristã' que não existe e é, no fim, piada.
Seria o mesmo que inventarem a 'Ciência da Computação Cristã'.
Mas a bancada evangélica se sentiu atacada e tomou isto como perseguição, e transformou isto em POLÍTICA.
Sim, o caso foi parar no congresso nacional, virou notícia e está dando pano para manga até hoje, porque o pessoal LGBT tomou isto como bandeira.
Um problema que simplesmente seria resolvido rapidamente ganhou uma proporção tão estranha que eu fico aqui me perguntando, "quando é que este meninos vão parar com esta briguinha" ?
Do outro lado, após esta projeção nacional apareceu o deputado Jean Willys que começou a ir contra tudo que os evangélicos fazem no congresso nacional, logicamente, para tornar o que ele fala mais 'aceitável' para dois grupos.
Um é dos LGBTs que ele abertamente apoia por ser um homossexual. O outro grupo é dos 'ateus e humanistas'.
Porque eu coloquei 'ateus e humanistas' assim. Simplesmente porque é um grupo de pessoas que cisma que defende os direitos de todos os ateus, quando na verdade também querem mesmo é aparecer.
Sei que temos poucos direitos, somos perseguidos, mas desculpa aí ... tem nego que enxerga agora perseguição a ateus até no cara de falar 'vai com deus'.
Vamos parar né ?
Mas ...
A coisa se distorceu a um ponto que agora vemos no fundo que a briga é uma luta de egos.
É o tal Malafaia que quer fazer sua nação evangélica chegar ao poder para fazer o que quiser, e o Jean Willys querendo o mesmo para o seu lado.
No fim, só tenho a parabenlizar a todos os envolvidos neste evento pela capacidade de transformar o trivial em uma briga política, que só tem a divertir quem tem um mínimo de bom senso :-)
Agora sério ... gostei da observação do Jean Willys sobre a produção científica dos dois 'psicólogos' do problema.
Zero KKKKKKK