Migrando do Vmware para o VirtualBox

Como eu disse, eu desisti do Vmware aqui no meu Notebook. Por mais que a tal ferramenta esteja gratuita ( o Vmware Server ), a minha paciẽncia com o suporte da empresa já estava meio acabada.

Eles não acompanham o desenvolvimento do kernel do Linux, principalmente, porque a solução Vmware ESX agora encontra-se gratuita e disponível para quem quiser utilizar. Ou seja, não é interesse da Vmware manter o Vmware Server funcionando e com suporte “forte” em cima do Linux.

Como eu utilizo o Linux no meu Desktop, para tudo, eu acabei sendo forçado a procurar uma opção de virtualização interessante e o VirtualBox se mostrou o melhor. Principalmente, porque, pós instalação do VirtualBox já cheguei a fazer atualizações do kernel e o problema não foi tão chato como no tal do Vmware.

Mas como nem tudo são flores em uma migração, fiquei com alguns elefantes brancos na mão. Ou seja, as máquinas virtuais que eu havia criado no Vmware, logicamente, não são compatíveis com as máquinas virtuais do VirtualBox.

Ai, a opção foi realmente migrar minhas máquinas virtuais de um para o outro.

O processo, para lhes ser sincero não é chato, caso vocẽ tenha máquinas virtuais Linux/Unix, quaisquer que sejam. Em geral, elas reconhecem sem problema a mudança de hardware.

Caso sejam máquinas virtuais Windows, você tem duas opções. Deletar todas e criar máquinas do zero, ou recuperar, como eu fiz com uma delas aqui ( sim, por precisar de alguns dados que estavam na mesma ).

Ou seja, vamos deixar de lado esta falação e vamos logo para o processo em si. Iremos usar neste processo, três ferramentas básicas:

  1. Vmware Server
  2. QEmu
  3. O próprio VirtualBox

Na realidade, o nosso amigo vmware tem algumas ferramentas para nos ajudar no processo. Se vocẽ tem uma máquina com somente um disco, é fácil, o processo é passar direto para a fase do QEmu.

Caso você tenha uma máquina com vários discos, é atacar do seguinte modo.

Baixe o Vmware Server no site da própria VmWare. Eu pessoalmente, prefiro baixar o .tar.gz pois não vamos instalar, somente utilizar um dos comandos constantes no pacote do Vmware. Se você tem o VmWare ainda instalado na sua máquina, é só continuar com ele em mãos e efetuar o comando que eu vou explicar abaixo.

Agora, vamos estudar um pouco a arquitetura de uma máquina virtual dentro do Vmware Server.

 

bash-3.1$ ls /home/vmware/virtualmachines/WindowsXP/
WindowsXP-s001.vmdk  WindowsXP.nvram  WindowsXP.vmx   vmware-1.log
WindowsXP-s002.vmdk  WindowsXP.vmdk   WindowsXP.vmxf  vmware-2.log
WindowsXP-s003.vmdk  WindowsXP.vmsd   vmware-0.log    vmware.log

Como pode ser visto temos o disco principal ( um cabeçalho ) de nome WindowsXP.vmdk e depois outros discos de nome s00x. Estes são os discos separados, ou seja, quando você não cria um disco dinâmico.

Bom, o comando para criar a imagem única de disco do Vmware é este ( lembrando que caso tenha baixado o tar.gz, dentro do diretório descompactado, este comando está dentro do diretório bin ) :

vmware-vdiskmanager -r source_multiples.vmdk -t 2 single_file.vmdk

No meu caso aqui, iremos usar o seguinte comando :

vmware-vdiskmanager -r WindowsXP.vmdk -t 2 disco.vmdk

O comando irá gerar uma saída, com porcentagem e ao final vai criar duas imagens deste tipo :

bash-3.1$ ls
algo.bin disco-flat.vmdk disco.vmdk

Após a criação da imagem, vem a parte em que você irá precisar do QEmu. Bom, você tem duas opções. Ou compilar do zero o QEmu utilizando algum SlackBuild ou baixar um pacote direto do LinuxPackages.

Eu optei pelo segundo. Fui ao LinuxPackages e baixei o pacote. Depois instalei o mesmo.

De posse do QEmu é efetuar a conversão do padrão Vmware para o padrão do QEmu.

qemu-img convert disco-flat.vmdk -O algo.bin

Novamente, é aguardar o processo até que seja criada a imagem no padrao do QEmu.

Depois é finalmente utilizar o VirtualBox para o processo.

Apesar de diversos sites na internet citarem o vditool, você não vai encontrar a ferramenta para baixar. Fuçando em alguns fóruns descobri que há uma ferramenta no pacote do próprio VirtualBox que pode efetuar esta conversão.

A ferramenta é o VboxManage. Os comando a serem utilizados são os seguintes :

VBoxManage convertdd algo.bin NovaImagem.vdi

O segundo comando eu não cheguei a utilizar, mas pode ser útil pois ele compacta um pouco a imagem :

VBoxManage modifyvdi NovaImagem.vdi compact

De posse do vdi criado, é iniciar o processo de criação da nova máquina virtual. Este wiki aqui cobre esta parte, para o Ubuntu, mas o processo é padrão para todos os Linux. Ou seja, de possse do VirtualBox, é só seguir os passos para criação da máquina virtual, lembrando que usar o seu HD criado no processo acima.

Deve ser lembrado, se for Windows, que você tem que iniciar o computador com o Cd do Windows e efetuar uma reparação da instalação. Pelo menos comigo, o computador iniciou numa boa e foi necessário somente a paciência de fazer os drivers funcionarem ok.

Aliás, os drivers são o grande problema no Windão … mas pelo menos tudo funcionou ok.

No Linux e outros Unixes o processo é praticamente transparente.