Microsoft remove remotamente o Tor de máquinas Windows para parar uma botnet

Eu garanto que muita gente que lê o blog aqui em geral acha que eu sou neurótico demais e minhas opiniões sobre privacidade são muito radicais.

E quer sinceridade, elas são mesmo, porque eu pelo menos não enxergo a possibilidade de opiniar sem um certo radicalismo quando estamos falando de algo tão óbvio quanto isto. Mas como o mundo atual é feito de miltâncias e mais miltâncias ... notícias como estas só vem para corroborar o que é dito a anos e anos. 

Mao invisivel

Numa ação para defender os usuários de Windows a Microsoft deletou ( sim, deletou ) remotamente versões antigas do software Tor para prevenir que o mesmo fosse exploitado pela Sefnit, uma botnet que se propaga através desta rede. 

Não ficou claro quantas máquinas foram infectadas mas o número total de máquinas na rede Tor inchou de 1 milhão para 5.5 milhões com a propagação do Sefnit. 

Em outubro a rede Tor teve uma queda de 2 milhões de usuários após a retirada de cliente Sefnit.

O mais engraçado é que nem os desenvolvedor do Tor sabiam que a Microsoft estava trabalhando nesta solução e que, em teoria, ganhou nesta ofensiva.

Em um post no seu blog a Microsoft vê o Tor como uma boa aplicação ( já que a ofensiva foi em cima de versões antigas que possuiam bugs ) mas reconhece que deixá-lo instalado sem utilização é uma grave ameaça para as máquinas infectadas ( e logicamente, as não infectadas pois abre mais uma possível brecha de infecção ).

São dois pontos interessante nesta notícia. O primeiro ponto é a falta de cuidado dos usuários com seus computadores. 

Instala-se duzentos mil programas e o cara larga ali. Como o Windows e seus programas em geral não tem processos de instalação e atualização automatizados como no Linux, o negócio fica ali preparado para criar um problema ao usuário. Assim, como a própria Microsoft disse, eu repito : instale somente aquilo que precisa e, sempre, procure o site do desenvolvedor para saber se novas atualizações apareceram para o seu programa preferido. 

O outro ponto é, lógico, em relação a privacidade. Se a Microsoft é capaz de 'remover' remotamente programas, imagine a capacidade da mesma em relação a controle e monitoramente remoto do que estamos fazendo em máquinas com o Windows instalado ? 

Vai totalmente contra as ridículas campanhas que ela faz contra outras empresas falando que ela não tem backdoors em seus produtos. 

Parabenlizo ela pela iniciativa, logicamente, pois livrou a internet de mais uma praga. 

Mas é visível que a mesma esconde backdoors em diversas partes do seu produto. 

Fonte: Slashdot