A guerra santa do caso Roberta Baeta

Muita gente, principalmente do meio ateísta está acompanhando de perto um acontecimento que tem tudo para gerar uma "guerra santa" entre dois lados. 
Um, são os neo-ateístas que até para uma olhada torta de alguém na rua, vê preconceito contra os ateus. Do outro, os cristãos que vêem no acontecimento simplesmente a idéia de que um bando de gente "filha do capeta" está retirando fiéis das suas igrejas.

Quem leu a introdução já deve saber que estou falando do caso Roberta Baeta.
Infelizmente a garota se suicidou em dezembro. Alguns dizem que é por causa da intolerância religiosa ( pois a menina era atéia assumida e ainda militante ) e  outros, porque a menina é bipolar. 

Lógico, ambos os lados devem ter levado a menina ao suicídio. A bipolaridade porque ela acaba levando a pessoa a ter uma visão um pouco mais dramática do mundo ( sim, a depressão em geral te leva a ver tudo de um modo mais negativo ) e, talvez com as brigas dentro de casa por causa do ateísmo a coisa deve ter desandado. 

Na minha opinião, o maior problema deste caso é que virou uma guerra santa. 
Os ateus querem de todo modo provar que a religião é a culpada pelo suicídio da menina e de outro lado os cristãos também.
Eu, tal qual o Yuri, do Canal "Eu, Ateu", tenho a opinião que tal acontecimento deve ser usado para ambos os lados tentarem aprender.

O problema principal deste caso é a intolerância. Intolerância de ambos os lados. 
Sim, porque minoria tem mania de perseguição. E, os neo-ateístas não são diferentes nisto.

Se uma pessoa te diz "Vai com Deus", ela não está te desrespeitando nem indo contra sua convicção ateísta. Ela só está sendo "respeitosa" com você, pois na cabeça dele ir com uma divindade, é algo bom.
Então, porque apelar ? Seria o mesmo que ficar puto com um colega porque ele pediu uma corrente de orações em sua igreja em relação a minha pessoa. 
Me agrada a idéia de orações ? Lógico que não. Mas é uma forma de respeito do cara para comigo. Então, lógico que fico é feliz com o que ele fez.

Assim, por mais que de cara, um ateu tenha a vontade intensa de apedrejar os cristãos pela morte da Roberta, vamos maneirar.

Primeiro, você não precisa em qualquer conversa que seja abrir com o famoso 'eu sou ateu'. Vai introduzindo com carinho a sua opção e quando você falar, o choque será menor. 
Se em capitais as pessoas já te imaginam com o arauto dos infernos, imagina no interior como a menina morava ?

E além de tudo interior tem um grande problema. Ao invés de tratar um bipolar com médicos, o povo tem mania de ir se 'consultar' com padres. E padre como acha que sabe de tudo ... acaba dando conselhos que levam ao que aconteceu com a menina. 

No fim, eu, Ataliba, acho que a discussão principal em volta da morte da Roberta Baeta, deve ser em cima da intolerância. Seja ela das minorias conta as maiorias ou das maiorias contra as minorias. 

Nestes anos de ateísmo a coisa que eu mais aprendi foi. Eu vejo a religião como um problema, mas ela é um problema necessário.
Nós não vamos matar a religião no mundo. E nem a religião vai matar a descrença.
O que temos que aprender é a ser tolerantes com as escolhas dos outros.

A Roberta e muitas outras Robertas ou Robertos morrem todos os dias por causa deste tipo de intolerância no âmbito religioso, de opção sexual etc.
Ou seja, ouviu alguém falando sobre intolerância converse com a pessoa para ver se o problema é com a outra pessoa, com ela ou com ambos os lados. 
No fim, ensine quem sofre com este problema a negociar, inclusive, a hora de recuar para evitar problemas.
Nem sempre brigar e teimar é a melhor coisa.  

Assim, só tenho a desejar a família que o tempo conforte a perda ( sou pai e sei como um filho é para nós ) e que aprendamos com este problema a ser A discussão aqui não é se a mãe ou quem quer que seja são culpados. A discussão aqui é como a intolerância pode levar a desfechos horríveis como este.