Uma conversa informal entre dois servidores públicos da Justiça de São Paulo, foram parar no Diário Oficial.
A conversa, via MSN envolvia dois funcionários de um cartório da Capital, onde as queixas eram dirigidas ao chefe dos mesmos.
O mais engraçado, é que a conversa saiu em meio a um despacho de um Juiz, Jeová da Silva Santos.

Como sempre, a única coisa que disseram foi que iriam averiguar a situação. Mas, ao mesmo tempo, vemos como a Justiça no Brasil se sente acima dos direitos do cidadão e até, constitucionais.
O Diário Oficial, por meio da Imprensa Oficial, simplesmente tira o deles da reta simplesmente dizendo que cada orgão manda os dados por meio de um senha que cada um tem, portanto, os dados não podem ser manipulados ( se bem, que, em se tratando de governo, justiça, tudo pode ser manipulável de acordo com a vontade de quem pagou mais né hehehehe ).
Ou seja, cada um quer tirar o seu da reta e vai acabar sobrando para os dois funcionários, que simplesmente fizeram o que mais acontece no Brasil inteiro, gente reclamando de chefe.
Na realidade, o problema é um pouco mais embaixo. Neste caso, o que foi desrespeitado foi a liberdade de cada cidadão. Ou seja, os dois falavam, como se fala na rua, só que utilizando um meio eletrônico e sua conversa foi "desviada" ou "ouvida" por algum programa que estava instalado na rede.
Seja qual sniffer for ( no campo OpenSource, temos vários, como o Imsniff ), o caso é que tal coisa só pode ser realmente feita, com uma ordem oficial ou até, com um documento assinado pelo funcionário quando entrou na empresa.
Este fenômeno, que não é novo, começa a acontecer muito. Desde desvio de emails para uma caixa onde o chefe tem acesso, até sniffers que ouvem todo o tráfego da rede, as empresas cada vez mais querem que os recursos que ela fornece ao funcionário sejam monitorados 24 horas por dia, tornando tudo isto um grande Big Brother, onde quem acaba levando o prejuízo é a parte mais fraca, o funcionário.
Mesmo que os recursos sejam fornecidos pela empresa, todos temos direito a privacidade. Querendo ou não, em algum momento que você está trabalhando, você vai desabafar, falar com um amigo ou coisa parecida, sobre assuntos que podem não agradar a um chefe. Só, que, isto, não dá ao mesmo o direito de saber, ouvir, o que você está dizendo a outra pessoa, pois, se quisesse que ele soubesse, você teria falado diretamente com ele.
Como SysAdmin, sou contra este tipo de coisa. Me assusta deixar pessoas terem poder sobre sua vida ... ou melhor ... poderem resolver se querem lhe dar o direito a privacidade ou não. A discussão ética em cima disto, vou deixar para outra hora ...
Por estes acontecimentos e outros, que o projeto do Senador Eduardo Azeredo foi tão criticado.
Mas, no caso em questão, por ser um orgão oficial, a coisa é até mais complicada, pois eles devem ser exemplo de respeito ao que é lei. E, mais, ainda, por ser um orgão da justiça, parece até piada ela forçar os outros a fazer o que ela não faz .... que é respeitar os direitos do cidadão ...
O negócio agora é esperar. Os dois funcionários em questão, já foram desrespeitados pela falta de ética profissional de alguém ...
Mas, como é justiça, ou seja, um orgão público ... tiro e queda que isto vai acabar em Pizza ...