Peões de Luxo


Ontem, voltando para casa, tirei esta foto. Engraçado como no fim das contas, todos nós, brasileiros, somos um pouco como este cara aí. Carrega o peso de uma vida complicada, e ainda assim, arranca ânimo de continuar lutando.

É meio assim, no fim das contas, que todos nós nos sentimos de vez em quando. Parece que quanto mais lutamos menos conseguimos, e quanto menos conseguimos mais lutamos. Não sou do tipo otimista, sempre pensei de modo totalmente pessimista, talvez um pouco por força da profissão.

A informática, para muita gente é talvez, uma galinha dos ovos de ouro. Pessoalmente, hoje, eu veria como uma profissão idêntica a deste senhor. Os Analistas de Sistemas, nada mais são que peões de luxo.

Peão de Luxo ? O que seria isto ?

Seria um cara que tem o mesmo tratamento dispensado aos peões de uma obra ( em geral desrespeito, salários abaixo do que merecem e desculpas e mais desculpas para mantê-lo trabalhando ), com a diferença de que, um Analista de Sistemas investiu tempo e dinheiro para chegar a uma formação pelo menos um pouco decente.

Assusta pensar assim, mas é a realidade do nosso atual mercado. Uma realidade que desanima quem já está na profissão e cria sonhos para quem ainda não conhece a verdadeira realidade da informática.

Não desanimo ninguém de exercer esta profissão. Ela é mágica. Posso dizer que se tivesse que escolher novamente uma profissão, sem dúvida eu iria cair nela ( salvo se no meio do caminho eu não conseguisse viver de música ); pois eu adoro.

Mas o mercado infelizmente vai desanimando a gente. A vida escrava dos analistas de sistemas, começa a mostrar para a gente no final das contas que qualidade de vida está acima de dinheiro. Acima do dinheiro, porque, o salário de um analista hoje, nem é tão bom assim. Então, para que abrir mão de estar convivendo com seus familiares para ficar trabalhando 8, 9, 10 horas por dia.

Um colega de trabalho a alguns dias atrás disse uma coisa séria. A gente forma na faculdade e vê os sonhos serem “dilacerados” ao longo da carreira, descobrindo que no fim, você é nada mais que um número para seus chefes e empresa aonde se trabalha.

O fenômeno da terceirização transformou o ser humano em número. Exemplo, não contratam você, e sim, um recurso. Quando você não agradar, vão te mandar embora, e contratar outro recurso. Ou seja, o elemento humano é o de menos. O importante é simplesmente não ter custos trabalhistas e mão de obra barata.

Por isto acredito que o caminho é realmente, correr atrás de ir para a área acadêmica. Lá pelo menos o povo tem uma vida um pouco mais decente e mais “legal” de se viver.

Porque, infelizmente, o fenômeno da terceirização transformou realmente os analistas em peões de luxo. Ou você faz, ou leva uma boa xingada do seu chefe, ou no outro dia, um novo peãozinho vai estar sentado na sua cadeira fazendo seu trabalho.