Era uma vez


Tudo começa, e tem um fim. A vida refaz-se a cada momento como gotas de orvalho a brincar no dia que inicia, revelando aos olhos pedaços de um céu azul e pronto a brindar nosso rosto com raios de sol que parecem tão belos e ao mesmo tempo assustadoramente destrutivos. A vida é um teatro que brinca de ser um faz de conta real, como histórias de horror que conhecemos mas não queremos deixar acontecer.

Histórias recheadas de brinquedos inertes, como linhas de um tempo que não acontece mais. Os olhos são simplesmente portais para um saber infinito, recheado de imagens inertes e sem sentido. Brincamos com imagens que não sabemos manipular, como crianças imaturas a revelar um lado negro que não se controla.

As imagens de um conto de fadas, recheado de bruxas sanguinárias que dizem palavras recheadas de um ódio amável, tão reconhecido por todos nós em cada momento de nossas vidas. Gnomos que cortam cabeças de pombas brancas, que simbolizam uma paz que não vive mais.

O sangue escorre por entre um rio cristalino que reflete um rosto que não conheço mais. Recheado de dores intensas, um rosto corroido pelo tempo, que ainda é desconhecido, e ao mesmo tempo, tão conhecido.

Era uma vez … as vezes um começo intenso do nada que corroi o tudo.

2001