Gosto muito do Sepultura. Mas há muito tempo a banda estava num descaminho enorme. Eles não sabiam se eram metal, new metal ou seja, eles não sabiam que caminho seguir. O experimentalismo começado nos discos Chaos A.D. e Roots, ficou meio perdido quando Max saiu. Quando ouvi algumas músicas do novo disco Dante XXI, achei que a coisa ia andar legal. A pegada é mais hardcore, com uma levada bem metal. Ou seja, bem a cara do Sepultura consagrado no mundo inteiro. Isto me animou um pouco, pois sem dúvida, estava mostrando que a banda havia achado novamente o seu caminho e ia detonar com bons discos novamente ( não que eu esperasse novamente clássicos como Schizophrenia ou Arise ). O que mais me impressionou sempre, no Sepultura, foi a pegada e a evolução do baterista, Igor Cavalera. De um baterista péssimo no primeiro disco, até o baterista que toca em Dante XXI, vemos a transformação de um cara que brincava de tocar a um dos maiores monstros da bateria do heavy metal. Igor influenciou boa parte destes bateristas de Nu Metal que existem por aí. A tribalidade da pegada dele, influenciou os caras a colocarem mais "elementos" tribais nas músicas, tornando o metal uma música mais cheia de tambores e afins. Levadas eletrônicas, sempre foram uma coisa que ele gostou e colocou sem suas músicas. Isto é legal, e sinceramente, sempre achei este lado experimental da bateria dele interessante, pois ele nunca exagerava nestes elementos. Fui pego de surpresa, um belo dia, quando fui ver o Altas Horas da Globo, no sábado, com a banda Sepultura. Lá, estava um outro baterista, tocando com a banda que eu sempre gostei. Achei estranho, mas o Igor estava fora da banda naquele momento por problemas pessoais, se não me engano, problemas familiares ( na época ele estava se separando da mulher, ou nascendo outro filho dele ). Pouco tempo depois, vi que o mesmo participou de um festival de música eletrônica, enquanto o Sepultura continuava a turnê. Achei algo estranho, mas, fiquei na espreita esperando uma notícia. Hoje, um colega de trabalho me mandou a notícia de que oficialmente, Igor é ex-baterista da maior banda de metal do Brasil. Ou seja, os dois fundadores do Sepultura deixaram a banda. Os motivos alegados, como sempre, em toda banda, foram as "divergências musicais". O chato de tudo, é que parece que entraremos em mais um momento negro da carreira do Sepultura. Substituir o Igor e sua criativade não vai ser fácil, e ainda, colocar um baterista que consiga produzir como ele também não vai ser. O que eu posso fazer, como fâ do trabalho do Igor, é desejar boa sorte nos seus novos projetos. Pessoalmente, apesar dele dizer que quer tocar novamente com o Max, acredito que eles não tenham idéias iguais hoje, analisando o trabalho que o irmão dele desenvolve no Soulfly. Mas, se for isto que ele escolher, garanto que vai fazer um bom trabalho. Do Sepultura, só espero mesmo que eles continuem tentando seguir a linha do Dante XXI, e que arrumem um baterista a altura do Igor :-) O Whiplash, site brasileiro sobre rock, traduziu a matéria que o IGPOP cita.