Medo, eu tenho muito medo deste cara tentando entrar no governo federal. Apesar de não ter chance, na boa, um evangélico no poder me causa medo …
(FolhaNews)
Rio de Janeiro, RJ - O ex-governador Anthony Garotinho deixou esta quarta-feira o cargo de secretário estadual de Governo e Coordenação. Na despedida, já sinalizou como deverá ser a campanha. Questionado sobre um possível “efeito Garotinho” no comportamento da Bolsa e do dólar durante a campanha, o ex-governador afirmou que o mercado deverá reagir a sua candidatura porque ele não pretende privilegiar o sistema financeiro como os governos anteriores.
“Espero (que o mercado reaja) porque se ele não reagir é porque minha candidatura está errada”, disse. Segundo o ex-governador, PT e PSDB favoreceram o sistema financeiro nos governos anteriores, o que contribuiu para criar uma “cartelização” do noticiário econômico e uma ditadura do sistema financeiro. “Quando você pensa diferente, logo vira o patinho feio, você vai quebrar a Bolsa, gerar crise e destruir o país. Não é nada disso”, afirmou.
Bronzeado, visivelmente mais magro, recém-chegado de um spa, e com sorriso mais branco após um tratamento de clareamento nos dentes, Garotinho já começou a atacar o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, que também concorrerá nas prévias do PMDB marcadas para o dia 19 de março.
Para Garotinho, Rigotto ainda é uma “figura regional”. “Meu favoritismo se deve ao fato de estar trabalhando há mais tempo e ao fato de que os peemedebistas querem um candidato para ganhar”, disse.
O pré-candidato classificou de teoria conspiratória a hipótese de o partido preferir apoiar Rigotto para depois poder desistir da campanha com maior facilidade. Segundo ele, ninguém derruba uma candidatura quando ela decola. Sobre o pouco tempo de partido - Garotinho se filiou ao PMDB em 2003 - o pré-candidato afirmou que “fidelidade não é tempo, é compromisso”.
A receita de crescimento de Garotinho é baseada em três premissas. A primeira é de que a redução da taxa de juros pode proporcionar uma carga tributária menor. Segundo ele, o aumento da carga tributária não se traduziu em melhora dos serviços para a população e sim em pagamento de juros.
O segundo ponto do programa do pré-candidato se refere ao aumento da oferta de crédito. Para Garotinho, a proporção de 30% do PIB (Produto Interno Bruto) referente à soma da oferta de crédito de bancos públicos e privados representa um percentual muito baixo. “Vamos fazer, diminuindo os juros, que haja um despertar dos bancos para emprestar para quem precisa: a sociedade”, disse.
Para Garotinho, o Brasil já atravessou uma fase de populismo cambial quando o real foi equiparado ao dólar. Segundo o pré-candidato, a valorização do real no governo Lula consiste em uma nova onda de populismo cambial. Para isso, ele sugere atitudes de “responsabilidade com a moeda”, o terceiro ponto de seu programa, para evitar que o setor exportador seja prejudicado. “Não tem segredo, nem choque”, alertou.
Na quinta-feira, o ex-governador se reúne com uma equipe para montar uma agenda de trabalho. O objetivo, além de montar contatos políticos, é criar a estrutura para se deslocar pelo país nas viagens para convencer os pouco mais de 20 mil delegados do partido. Os votantes são vereadores, prefeitos, vice-prefeitos, deputados estaduais e federais, governadores e presidentes de movimentos em cada Estado.
São Paulo e Minas Gerais são os dois grandes colégios eleitorais das prévias. O primeiro representa 18% e o segundo, 12%.
Fonte: Uai News