Sei, isto não é ligado a informática. Muito menos é ligado também a algum livro interessante. E, mais, ainda não é ligado a ciência. Mas, sem dúvida, é ligado a algo muito interessante. Muitos erros são cometidos por uma TV chamada Globo. Aliás, hoje, mais erros que acertos. Programas de baixa qualidade, que normalmente emburrecem ao invés de primar por uma formação de cultura, e por aí vai. Globo, ou melhor, tv brasileira é sinal de mesmice e falta de criatividade. Na primeira jornada da Menina Maria, da microsérie Hoje é dia de Maria, pode-se ver um outro lado que a tv pode ter. Bonecos, magia, e poesia em um programa que trazia o infantil ao mundo dos adultos. Não esperava um outro acerto, mas a Globo resolveu investir novamente e fazer a segunda jornada do seriado. Achei que a coisa seria ruim, mas, pelo que vi hoje, não, a micro série promete ser tão boa quanto a primeira jornada. Aliás, agora, a produção sem dúvida, não deixa dúvidas quanto a qualidade que a série terá. Vale como dica, sim, para o Nerd que não tem o que fazer e está sem sono neste horário. Abaixo deixo uma notícia do Yahoo, sobre o seriado. Deixe de torcer o nariz, e vá ver. Hoje é dia de Maria, sem dúvida, está matando novamente a pau.
Ninguém sabe dizer se é teatro de bonecos, opereta infantil ou história em quadrinhos travestida de cinema. Melhor classificar Hoje é Dia de Maria como um delírio estético sonhado em partes pelo diretor Luiz Fernando Carvalho. A segunda aventura da caipirinha (Carolina Oliveira) que, em janeiro, acordou a audiência da Globo estréia amanhã, outra vez na faixa das 23h, e fica no ar só até sábado.
Ver a microssérie é como folhear livros da carochinha, de onde salta uma cidade de brinquedo que a televisão convencional jamais ousaria retratar. “A metrópole onde Maria chega tem a estrutura dos principais centros urbanos. Como não mostramos o que ela vê na cidade e, sim, o que sente ao estar nela, os ângulos são expressionistas”, diz a diretora de arte, Lia Renha.
A primeira imagem da série é inspirada nas pinturas de Paul Klee. Vinte telas, presas a estruturas com alavancas giratórias, simulam o vaivém das franjas do mar que Maria tanto queria conhecer na primeira temporada da série. Trata-se de uma obra de arte que fala, ou melhor, canta. Cerca de 50 músicas foram compostas especialmente para a série pelo maestro Tim Rescala. “O texto cantado assume, às vezes, a função de contar a história”, diz Rescala.
Não é fácil narrar a deliciosa falta de linearidade das fábulas infantis. Melhor despir-se de qualquer senso lógico para entender como o mar consegue soprar uma canção envolvente que consegue engolir a pequena. Nada ali é óbvio, sobretudo a parceria entre um Pato frustrado por não conseguir voar (Rodolfo Vaz) e uma Cabeça zombeteira (Fernanda Montenegro), dupla que recebe Maria quando a menina é empurrada pelas ondas para uma praia deserta.
A paulistinha de 10 anos que vive a protagonista só não rouba a cena porque o palco, mais uma vez, é de Fernanda Montenegro. Fadada à imobilidade pela falta de um corpo, a personagem da veterana tenta em vão salvar a garota do terrível Gigante que atormenta a região. Por nunca ter aprendido a voar, o Pato também não consegue impedir o bote da temida criatura: ela devora Maria.
Mais do que bicho-papão, o tal Gigante é uma inusitada metáfora sobre metrópoles. No estômago dele, Maria só encontra lixo e a menina Carvoeira (Laura Lobo), que logo lhe explica onde estão: um depósito de coisas que a cidade joga fora, inclusive pessoas. “Como Maria veio parar na cidade, achei fundamental mostrar novas facetas do mau, desta vez facilmente identificável no cotidiano de cada telespectador: consumismo, exploração de menores e guerras. Mostro isso sem me distanciar do encantamento das metáforas “, diz Carvalho.
Nada poderia ilustrar com mais precisão o consumismo do que a figura de Boneco, um dos seis personagens interpretados por Daniel de Oliveira. Com um terno feito de classificados de jornal, ele vende ofertas de casas e promessas de felicidade a Maria. A criança, porém, só pensa na saudade que sente de sua família. Justamente quando está mais vulnerável, ela conhece Asmodeu Cartola (Stênio Garcia), o misterioso dono de um Teatro de Variedades.
Quem viu a primeira parte de Hoje é Dia de Maria sabe que o sedutor empresário é o mesmo diabo que perseguia a menina durante sua saga pelo sertão. Com um nariz de 15 cm, ele se torna irreconhecível e Maria só percebe que algo ruim circunda o palco quando conhece a bailarina Boneca (Inês Peixoto). Após contratar Maria, Cartola coloca a delicada dançarina na rua, totalmente desmontada.
Maria também teme virar um brinquedo velho. Condenada a cantar exclusivamente para Asmodeu Piteira (Ricardo Blat), a menina reconhece no patrão a figura do diabo e foge. Encurralada em um beco da cidade, encontra Dom Chico Chicote (Rodrigo Santoro), o nobre morador de uma velha geladeira. Escoltada pelo cavaleiro e por sua amada Alonsa (Letícia Sabatella), a menina vive muitos pesadelos na metrópole. Para o telespectador, fica o desafio de vencer o sono típico do fim de noite para sonhar com Maria.
Fonte: Yahoo! Notícias