0h - Todo mundo já sabe que a Telemar se tornou parceira de uma empresa de que Fábio Luís da Silva, um dos filhos de Lula, é sócio. Mas vale a pena ler os deliciosos detalhes que estão na revista Veja. Até 2003, Lulinha, que está com 30 anos e tinha, então, 28, vagava pelo sub-emprego. Formado em biologia, tinha sido até monitor do Jardim Zoológico, aquele lugar onde Raul Seixas dava pipoca aos macacos nos tempos de Ouro de Tolo. O moço dava aulas particulares de inglês (e, no caso, não saiu ao pai) e de informática (idem). Até que o destino lhe sorriu. Ou melhor: deu gargalhadas. Tudo começou no fim daquele mesmo 2003, ano em que o pai virou presidente da República.
0h - Passados dois anos, o rapaz já é sócio em três empresas, e sua participação societária soma R$ 625 mil. Superou o patrimônio de Lula, de declarados R$ 422 mil. E o mais interessante é que Lulinha não precisou botar um centavo nas empresas. A Telemar fez por ele todo o serviço. Sorte é sorte. Conta a revista que Lulinha abriu, no fim de 2003 uma agência de publicidade chamada G-4, em sociedade com dois amigos, filhos do ex-sindicalista e ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar. Dez meses depois, em outubro de 2004, a empresa se fundiu com uma outra, a Espaço Digital, criando uma holding (!), a BR-4. Passados dois meses, o capital do empreendimento já era de R$ 2,7 milhões, dinheiro vindo da Telemar. Ainda não era a sociedade. Era só um contrato de exclusividade para fornecimento de conteúdo. Aí a coisa não parou mais. Surgiu a Gamecorp. E, de novo, a Telemar entrou, desta vez comprando debêntures com direito a ações futuras, o que também foi feito. Valor na nova transação: mais R$ 2,5 milhões. Quem atuou no mercado para conseguir os sócios? A Trevisan Associados, cujo sócio principal, Antoninho Marmo Trevisan, integra o Conselho de Ética da Presidência da República.
0h - Empresa privada, nos limites da lei, faz o que bem entender e só deve obrigações a seus acionistas. A Veja lembra com propriedade: “Um dos principais acionistas da Telemar é o BNDES, com 25% do capital. Outros 19% pertencem a fundos de pensão, alguns deles de empresas públicas, como a Previ (caixa previdenciária dos funcionários do Banco do Brasil) e a Petros (ligada à Petrobras). Há ainda participação da Brasilcap e da Brasilveículos, companhias ligadas ao Banco do Brasil. Outro fator complica ainda mais a negociação: a Telemar é uma empresa concessionária de serviços públicos. Ou seja, suas operações dependem de concessão do governo federal. Companhias nessa condição têm sua relação com o governo regida por severas restrições”
Do site Primeira Leitura