Descoberta ajuda a transportar nanomateriais

Técnica desenvolvida por pesquisadores dos EUA permite examinar gotas microscópicas com a ajuda de um microchip

Químicos da Universidade da Califórnia em San Diego desenvolveram um método que utiliza partículas de chips de silício para envolver e direcionar precisamente moléculas, células, bactérias e outros objetos minúsculos contidos numa gota de líquido muito pequena. O estudo sobre o desenvolvimento dessas minúsculas partículas formadas por silício foi publicado na revista Nature Materials, e representa uma importante conquista no campo dos “microfluidos”, no qual novos métodos estão sendo explorados para transportar volumes cada vez menores. O maior problema enfrentado hoje pelos cientistas na indústria de biotecnologia é manipular minúsculos volumes de líquido (que contêm preciosas amostras de DNA, bactérias, vírus e outras nanopartículas) sem perder muito material. “Já que o volume das amostras se torna cada vez menor, o número de moléculas que adere ao interior da micropipeta ou de qualquer outro tipo de microcanal representa uma fração significativa”, diz Michael Sailor, professor de química e bioquímica que liderou o estudo da UCSD. Esse problema gerou a idéia de desenvolver o “laboratório numa gota”. “Uma esfera tem a mais baixa proporção de área de superfície por volume. Então, se uma gotinha contém uma amostra de interesse, ela pode ser manipulada sem entrar em contato com as paredes de seu recipiente, e pode minimizar a quantidade de material perdido”, diz Sailor. O trabalho começou quando Jason Dorvee, um dos alunos de pós-graduação de Sailor, adicionou óxido de ferro magnético aos chips microscópicos de silício fabricados no laboratório de seu orientador. Assim, eles conseguiram movê-los rapidamente com um imã de mão. Esses chips, desenvolvidos há muitos anos por Sailor e Jamie Link, também são chamados de “poeira inteligente”.

“As propriedades magnéticas adicionadas por Jason nos permitem direcionar seus movimentos”, diz Sailor.

Sailor e seu grupo programaram os chips para detectar e envolver objetos específicos, como uma gota de substância química tóxica ou uma célula cancerígena. As últimas descobertas dão aos cientistas uma capacidade adicional de controlar e mover esse conjunto de partículas e transportá-las para exame e experimentação.