Outro dia estava conversando com um colega de trabalho sobre o tanto que eu achava idiota e sem sentido a matéria de Empreendorismo nas faculdades hoje. Não que eu ache que ela é dispensável, mas no modelo ensinado hoje, sim, é dispensável.
Não sei porque, mas a maioria ( para não dizer praticamente a totalidade ) dos professores fazem com que os a alunos
saiam das faculdades com a visão de que, empreender, é pura e simplesmente abrir uma empresa e viver do seu próprio negócio. Um erro, que acaba culminando no que temos por aí, que é gente que não tem o mínimo jeito para ter um negócio, falindo e ficando mais a pé do que estava anteriormente.
Assim, sempre gosto de ressaltar que o erro está no modo como apresentam a venda do produto. Devemos entender, que, para empreender devemos ter algo a oferecer para alguém. E o produto pode ser algo palpável ( ou seja, algo material ), algo não palpável ( o produto intelectual) e, no fim, VOCÊ, que é praticamente as duas coisas que eu citei anteriormente.
O problema é que para ser um produto de OURO para o mercado, o profissional tem que entender-se como um pequeno mundo em meio ao macro-mundo que seria o mundo exterior. O produto que você é, está ligado a valorização que você se dá.
Assim, há dois pontos que eu, pessoalmente, acho importantes para se tornar um profissional OURO: originalidade e perseverança.
Perseverança é uma qualidade clássica para o empreendorismo. Seria o clássico perseguir os seus objetivos. Exemplo: objetivo profissional é ser um bom administrador de redes. Assim, para chegar a este objetivo é necessário uma boa formação em redes, seja ela acadêmica ou não, e boa experiência.
Assim, coma o pão que o diabo amassou mesmo. Aceite estágios ruins, com baixa remuneração enquanto puder, desde que os mesmos lhe ofereçam possibilidades de aprendizado. Em paralelo, o pouco dinheiro que ganhar invista em certificações, e, nunca, siga a cabeça dos seus colegas de faculdade, primando sua passagem por lá em festas e afins. Faculdade não é festa, é, sim, fomentação teórica para seu bom exercício profissional no futuro.
Com esta perseverança você já vai conseguir boa parte do que precisa, mas para ser realmente OURO, sempre seja original. E ser original não é sempre estar criando algo, já que a maioria das empresas hoje, não quer este tipo de profissional. É, sim, conseguir enxergar no meio das oportunidades que sempre aparecem no mercado, uma que realmente valha a pena ter seu investimento de tempo e dinheiro.
Um exemplo disto pode ser o meu início como "profissional" Linux. Caramba, quando eu falava sobre isto na faculdade, a maioria achava que aquilo era moda de Nerd/Geek/Hacker, que nunca ia ganhar as empresas.
Hoje, enquanto já tenho um bom histórico profissional, a maioria tenta alcançar os que já chegaram lá.
Além disto, podemos pegar exemplos, com o JavaMan, que enxergou o Java como algo promissor, logo nos primórdios e hoje é referência. O TaQ com o Ruby, que começou a ver aquilo como diversão e de repente, viu que aquilo se tornou um "cult".
Mas um que eu gosto de pegar sempre como exemplo disto tudo é o grande Aurélio. Este sim, se tornou um produto rentável ao longo destes anos. Quando troquei minhas primeiras mensagens com o Aurélio, lembro-me que ele ainda era o cara do Regex na Conectiva.
Dispois, com as mudanças no site e na vida, o Aurélio virou seu próprio produto. Hoje, ele literalmente é um cara que vive de ser ele, com suas características próprias e etc. Além de fazer o que todo nerd gosta, que é criar.
Assim, o profissional OURO, tem que ser original porque ele deve recriar-se sempre ao longo da vida. Nunca estacione. Nunca deve estudar para a empresa, e sim, estudar porque ele enxerga boas possibilidades para o mercado.
Com estes pequenos passo, acredito, o profissional se torna um PRODUTO cada vez mais rentável para ele mesmo.
Por isto, e como estes argumentos, é que me senti roubado, quando na faculdade tive um professor de empreendorismo ( sem dúvida, um dos piores professores que tive em toda minha vida ) que nunca conseguiu passar em nenhuma das aulas o que eu expliquei acima.
Será que eu estou tão errado em ver que eu sou o produto, ao invés de querer abrir uma empresa ?