A algum tempo atrás comprei a revista Viver Brasil, pois havia uma matéria sobre Ateus. Gosto de sempre dar uma olhada nestas revistas, pois algumas conseguem fazer algumas matérias interessantes sobre o tema.
O Ateísmo, tal qual outros temas que sempre deixaram a sociedade de cabelo em pé, está começando a sair para a mídia. Ele incomoda, mas é uma realidade. E próxima, na maioria das vezes.
Apesar de sermos, por algumas pessoas, confundidos com satanistas ( sim, eles também podem estar mais próximos de você do que você possa imaginar ) , somos na realidade, simplesmente pessoas que escolheram viver a vida sem crença em uma divindade.
Para muitos, é difícil de aceitar. Para outros, mais fácil. Para a maioria da sociedade, uma aberração.
Já cansei de tentar contar as vezes em que eu já fui olhado como uma aberração quando eu digo: "Sou ateu". Aí, rolam as famosas perguntas, de será que não é triste viver sem acreditar em algo, etc etc ... que todo mundo sabe onde acaba terminando ...
A matéria, bem rala por sinal, não conseguiu chegar a lugar nenhum. Fraca, ela simplesmente repetiu o que a maioria destes folhetins normalmente falam sobre Ateísmo. No fundo, ela pode ser resumida em poucos pontos chave, que são resumindos no parágrafo abaixo.
Os ateus existem, e estão dentre nós. Apesar do senso comum ser enxergar estas pessoas como aberrações naturais, por serem, para a maioria, capazes de coisas terríveis, por não temerem uma força superior, eles podem sim, ser diferentes.
Pessoas que se ofendem quando "ofendidas moralmente" em seus princípios, pois acreditam não ser necessário mandamentos, para se saber o que é certo ou errado. O certo ou errado é inerente a própria prática da vivencia em comunidade.
Resumo, a matéria deixa claro que os ateus estao aí, saindo do armário e dando sua cara a tapa na sociedade, mesmo que ela nos veja como "aberrações".
Não tenho os dados exatos, mas a Atea ( aliás, citada na matéria, mas eu já desanimei dela porque tem muita estrela e pouca ação ) , compilou alguns interessantes. Alguns paíseis em que foram feitas pesquisas, estamos ao lado de tipos bem "odiados" pela sociedade. Ou seja, podemos causar repulsa nas pessoas, simplesmente pela nossa falta de fé.
Jávcitei acima o quanto é estranho para as pessoas o meu comportamento pessoal, mas ao mesmo tempo, será que as pessoas não notam que o modo como elas tratam o assunto pode ser realmente nocivo para nós, que somos ateus ?
Quando cristãos entram aqui, podem se sentir um pouco ofendidos como alguns dos meus textos. E entender que eu quero "trazer" alguém para o Ateísmo. Não, eu não quero. Muito menos, para lhes ser sincero, quero que vocẽs mudem de suas religiôes.
Somente uso este espaço aqui para mostrar minhas opiniões para quem quiser ler.
Um ponto positivo da matéria, na minha opinião, foi a citação do André Dispore Cancian, um dos caras mais respeitados por mim, pela sua visão de ateísmo. Gosto do modo como ele discute o tema, principalmente, porque ele é muito mais "letrado" do que eu, que sou um mero técnico tentando escrever alguns textos por aí. André é sem dúvida um dos poucos caras do ateísmo nacional que conseguem divulgar o tema com maestria e realmente, trazer a tona discussões que às vezes são difíceis de serem entendidas até pelo mais ateu dos ateus.
Um dado interessante que a matéria erra, como todas as outras, é em citar que o Ateísmo está crescendo na sociedade. Não, ele não está crescendo. No Brasil, principalmente este dado é algo que o censo sempre tentou "esconder".
Vejamos, a alguns anos atrás todos os ateus eram católicos não-praticantes. Sim, porque não existia a opção sem religião ou Ateu no censo.
Com isto, haviam dois erros grandes na estatística. Um, o catolicismo
era a força religiosa maior em nossa sociedade e os Ateus, uma força inexistente. Com a entrada do Ateísmo e outras formas religiosas no Censo, o que ocorreu foi que o Catolicismo perdeu força e o Ateísmo deu as caras na sociedade.
De resto, a matéria foi somente uma série de recortes, onde ela pega dados e dados de sites, coisa natural hoje, em que os blogs e a internet
são mais informação que estas revistas escritas.
Para quem realmente quiser saber mais sobre Ateísmo, não compre estes folhetins. A qualidade é tão baixa que dá medo de saber que tem coisa assim sendo escrita. Dois sites, o Ateismo.net e o próprio site da Atea, são muito mais informativos que a matéria citada.
A quem escreveu a matéria, deve haver uma preocupação um pouco maior nas discussões para que não fique sempre esta imagem de que a imprensa brasileira está milhões de anos luz atrás da nova mídia mundial, que são os blogs ...