Fringe é uma série que todas as vezes que vejo encontro mais motivos para me tornar fã da mesma. É uma série a lá Arquivo X modernizada, com duas mentes brilhantes trabalhando em conjunto com uma loira mal humorada que não sabe sorrir na primeira temporada ( engraçado, não sei porque ela me lembra um pouco a Scully também no início da série Arquivo X ) e ainda, a famosa teoria da conspiração.
Sei, teoria da conspiração é uma tema altamente batido mas ao mesmo tempo cada vez mais real dentro de nossa sociedade
. Vivemos em um mundo tão estranho que não seria difícil para alguns de nós achar que tudo que acontece de estranho seja um plano para alguém chegar a um ponto qualquer.
E Fringe é meio isto. Faz com que pensemos até que ponto a ciência e talvez, a falta de ética na ciência possam levar o nosso conhecimento.
E, sem dúvida, posso dizer que me tornei fã do personagem mais interessante do seriado. Não é o cara com QI de 190 ( Peter Bishop ) não. Ele é inteligente, mas não é nerd.
Muito menos é a loira ( Olivia Duhan ) . Porque ela é estranha, parece que ainda não aprendeu como fazer a sua personagem sentir ( apesar de que melhorou um pouco em relação aos primeiros episódios ).
Mas sim, o cara, ele, o centro do seriado Fringe, Walter.

Desde o primeiro episódio vi no cara o retrato de um nerd. O trabalho e a descoberta são ponto chave para que ele se sinta bem.
Uma das frases mais interessantes que eu achei dele até hoje, foi quando estavam todos vendo Bob Esponja
e ele perguntou se aquilo realmente era um desenho infantil
, pois as relações sociais nele eram muito "profundas".
Nesta pequena frase dele definiu o espírito nerd. O negócio é desmontar, descobrir e conhecer. Não importa se vai dar lucro ou muito menos, se aquela coisa que você está implementando vai chegar a algum lugar. O que importa é: experimentar e no fundo ganhar mais conhecimento.
Tem momentos muito legais na série, que por incrível que pareça às vezes eu me enxergo. Enquanto estão todos preocupados com o que aconteceu, ele na sua mente já está desmontando todo o ambiente e preocupado em descobrir como aconteceu. No fundo, ele não quer resolver o caso. Ele quer desmontar e ganhar conhecimento.
Sou meio assim. No fundo nem sempre eu quero chegar lá somente. Eu quero saber como a coisa funciona por dentro. Não me importa se é proprietário ou livre. O que importa, é desmontar, conhecer, absorver.
Como ele, a resolução do caso ( ou a implementação da algo ), no fim das contas, é meio que um pequeno lucro na história.

Acredito que Walter Bishop me maravilhe tanto, porque hoje, eu cada vez mais me sinto atraído para o mundo mais científico e acadêmico
.
Não que trabalhar para empresas seja pouco interessante, mas o mundo acadêmico é feito para pessoas que querem descobrir. No mercado, você deve alçar resultados que nem sempre lhe levam a realmente aprender algo.
Fringe está servindo, no fim das contas para me fomentar novamente o prazer pelo conhecimento. Não que a série seja "lógica", muito pelo contrário.
Tem horas que a coisa vai para a ficção super científica, nem sempre tendo uma lógica tão séria.
Walter Bishop é criativo, é desligado, é nerd. No mundo de um nerd o conhecimento é tudo, o resto é somente lucro.
Se ele foi criado pelo autor para ser um personagem secundário, eu ainda não descobri. Mas que para nós, nerds, ele é um retrato do que nós somos, sim, ele é.
Não é cool, não é o melhor. Ele é nerd ... até porque, nerd que é nerd ... está pouco se lixando se é o melhor ou o pior.
Ele quer simplesmente, continuar podendo ganhar conhecimento.
Virei fã do velhinho, até porque, como diz minha esposa, eu sou nerd mesmo ... e pior, ainda acho bonito dizer isto :-)