A vida é um emaranhado de medos entremeados de alegrias efêmeras. Se um dia os anjos existiram eles foram engolidos pelos demônios que povoam uma mente em torpor pelo encanto da dor.
Torpor tão belo quanto o sorriso dos meus demônios. A cada um deles dei um nome. A cada um deles dediquei uma lágrima de dor.
Dos retratos recorto seus rostos. Das poucas lembranças que me restam apago seus encantos. Belos demônios guardam segredos na amargura de sua solidão.
Segredos bastardos guardados em árvores genealógicas malditas. Estranhas brincadeiras recheadas de dor.
Nos confins da mente o conforto me persegue, em formas estranhas de carinho. Ele tem a forma de sangue misturado ao alcool que corre em minhas veias.
Não quero lembrar e nem ao menos gritar. O sangue que agora escorre pelos meus dedos um dia participou de minha história.
É retrato de um simples demônio, que agora encontrou seu fim, deitado em uma calçada, com seu coração ainda pulsando em minha mãos.
Medos, são realmente estranhos .... principalmente quando as madrugadas sem fim, terminam com um pequeno sorriso regado ao sangue dos momentos inocentes que os demônios um dia roubaram.