O In Flames é uma daquelas bandas que incita dois tipos de sentimento : ou você curte para caramba, ou você odeia totalmente. Isto acontece, porque, desde os primórdios da banda, eles pautaram seu trabalho em não seguir o padrão.
Assim, desde o começo eles misturavam a boa e velha podreira do Death Metal com a melodia do metal mais trabalhado. Ou seja, seguindo a famosa escola da banda Carcass, os caras do In Flames faziam um Death Metal Melódico de grande responsa.
Bom, porque usei o verbo no passado ? Porque, quem conhece o In Flames a muito tempo, sabe que é difícil rotular o trabalho dos caras. Whoracle, um dos primeiros discos que ouvi deles, é literalmente um trabalho Death. Mas ao mesmo tempo, com o passar dos anos o In Flames se recriou, chegando hoje a ser uma banda com um estilo tão próprio que chamá-los simplesmente de Death Metal soa um pouco estranho.
A evolução foi bem grande, e pode ser vista comparando todos os seus álbuns. E, Sense of Purpose, na minha opinão, é uma coroação desta evolução.

O primeiro choque para quem acompanha o In Flames é a capa. Comparada com seus discos mais antigos, ela parece um pouco diferente, causando um pouco de estranheza. Gostei muito do trabalho gráfico, ficou bem "casado" com o som atual. Colorido e sombrio ao mesmo tempo. Pode parecer estranho, mas é meio assim que o In Flames atual parece.
Trabalho gráfico a parte, o disco em si, é uma obra de arte. Sim, eu sou fã e vou puxar o saco do disco mesmo.
Não consigo realmente dizer qual música me agradou mais, porque todas me deixaram animadaço, com muita gente achando um carinha meio doido no ônibus balançando a cabeça enquanto ouvia In Flames hahahahaha
Mas, The Chosen Pessimist, foi uma que me chamou muito a atenção. Primeiro, porque é uma das músicas mais longas feitas pelo In Flames em toda sua carreira. Dedilhados, vocais cantados e alguns efeitos de teclado, dão um clima bem interessante, levando-nos desde o gótico as famosas baladas de metal feitas na década de 80/90 . Sim, tudo começa calmo, cheio de emoção e de repente explode em uma maravilhosa chuva de riffs pesados, formando uma parede musical bem interessante.
O cd, em si, lembra muito o cd anterior, Come Clarity . Não, porque a criatividade soa pequena, mas porque a fórmula parece ter funcionado. A cozinha está altamente entrosada, formando uma base bem interessante para que os riffs de guitarra sejam construídos sem muita preocupação.
As músicas mais velozes lembram muito a famosa Take this Life, mas ao mesmo tempo, tem uma pegada diferente. Os solos são mais complexos, mostrando que a dupla de guitarristas Jesper Strömblad e Björn Gelotte estão cada vez mais entrosados. Sim, porque conseguiram criar riffs diretos e lineares que nos prendem a ouvir a música até o fim, sem soar enjoativo.
O vocal de Anders continua um capítulo a parte. Do gutural ao vocal mais limpo, ele mostra que nestes anos de carreira aprendeu muito bem o momento certo de usar cada um deles. Não houve nenhum exagero como no disco “Soundtrack To Your Escape”. Desta vez, ele finalmente se tocou que vocais limpos são mais legais ns refrões.
Em suma, o disco está nota 10. Veio bem melhor do que o esperado e tomara que esta fórmula seja usada em outros discos, com a mesma criatividade que o In Flames teve nestes últimos anos. Uma fórmula pessoal e inconfundível de uma banda que praticamente inaugurou o estilo chamado Death Metal Melódico.
Vale sim, a pena baixar, ouvir e comprar .... :-)