Madri - O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, advertiu nesta quinta-feira a comunidade internacional, afirmando que o mundo corre o risco real de um devastador ataque nuclear perpetrado por terroristas. Annan discursou a Cúpula Internacional sobre Democracia, Terrorismo e Segurança, encerrada pelo rei Juan Carlos, em Madri, que nesta sexta-feira lembra o primeiro aniversário dos atentados terroristas de 11 de março de 2004 que deixaram 191 mortos e quase 2.000 feridos.
O secretário-geral propôs uma estratégia global de cinco pontos para enfrentar o terrorismo sem ferir os direitos humanos: dissuadir grupos dissidentes de escolher o terrorismo como forma de atingir seus objetivos; impedir que os terroristas obtenham meios de levar adiante seus ataques; dissuadir o apoio estatal ao terrorismo; desenvolver capacidades estatais para prevenir o terrorismo; defender os direitos humanos na luta contra o terrorismo.
A Cúpula, patrocinada pelo Clube de Madri, presidido por Fernando Henrique Cardoso, reuniu vários chefes de Estado e representantes de mais de 50 países que pediram à ONU uma definição internacional de terrorismo.
Fatwa - Os muçulmanos da Espanha editaram o que eles chamam de a primeira fatwa (édito religioso) do mundo contra Osama bin Laden, na véspera do primeiro aniversário do atentado contra os trens de Madri. A ordem foi emitida pela Comissão Islâmica da Espanha, o principal grupo de representação da comunidade muçulmana no país, que conta com cerca de 1 milhão de pessoas.
Seu líder, Mansur Escudero, disse que a comissão consultou representantes islâmicos em outras nações, tais como Marrocos - casa da maioria dos suspeitos pelos atentados de 11 de março - e a Líbia e recebeu seu apoio para a medida.
A fatwa diz que, de acordo com o Corão, “os atos terroristas de Osama bin Laden e sua rede Al-Qaeda…são totalmente banidos e devem ser fortemente condenados como parte do Islã”.
http://www.estadao.com.br/internacional/noticias/2005/mar/10/187.htm