MINAS ON RAILS - ÓTIMO EVENTO

Aconteceu ontem, na PUC aqui em Belo Horizonte o evento Minas on Rails. Com o tempo que a organização teve, junto com os problemas que aconteceram, sinceramente, eles estiveram de parabéns.
O evento foi exemplar, como poucos que eu fui aqui em BH, e logicamente, foi um modo de conhecer e me interessar pela linguagem Ruby.
Como o TaQ disse, eu acabaria achando alguma coisa interessante no Ruby, e realmente eu pude ver, que ele tem aplicação tanto para que curte para caramba Web ( fiquei maravilhado com as possibilidades que o Rails pode fornecer ao desenvolver Web ), quanto para quem desenvolve outros tipos de aplicação ( Ruby[bb] puro e o JRuby, que pretendo falar um pouco mais depois ).

 

Auditório com o povo assistindo as palestras

 

Para não quebrar a regra deste tipo de evento, eu acabei não ficando até o final. No LinuxChix eu acabei tendo que ir para casa porque minha atual esposa ( na época noiva ) estava chegando de minha cidade e eu tive que voltar para casa.
Agora, além de querer aproveitar mais um pouco a presença da minha amada esposa, eu também queria ficar mais um pouco com minha pequenininha ( pais nerds são assim, grudados e loucos pelas nossas filhas ).

Assim, eu poderei mesmo opinar até o ponto que eu vi do evento. E, realmente foram coisas interessante que conseguiram abrir meus olhos para um mundo novo do desenvolvimento ( sim, como o TaQ disse em sua palestra, uma linguagem só vale a pena, quando muda seus paradigmas de como pensar na hora de Programar[bb] ), tal qual aconteceu quando eu resolvi que queria aprender Python, por exemplo.

A primeira palestra, na realidade, foi a apresentação de um case, chamado Baú de Arquivos, que é um disco virtual com algumas coisas a mais, como o conceito de tags. Interessante, mas sinceramente, achei que os conceitos poderiam ter sido mais "explorados".
Valeu com uma palestra introdutória, mas sinceramente, não me convenceu ( na realidade, sou meio contrário a palestras com cases, me dão sono ).

 

TaQ e Leonardo Faria

 

A segunda palestra e uma das que eu mais esperava, era a do TaQ ( o cabeludo aí acima ). Como ele havia prometido que iria me convencer a aprender a linguagem, simplesmente, fiquei lá, nerdisticamente esperando os argumentos da figura.
E não é que ele começou a me convencer de cara, quando começou a mostrar os trechos de código. Nunca imaginei que o conceito do Ruby fosse tão interessante.
Na realidade, Ruby é uma linguagem que simplifica ao extremo o trabalho do programador. Ou seja, ela tem um "visual" como muitos brincaram no evento "sexy", pois é extremamente legível ao ser humano. Ou seja, ao contrário de outras linguagens de programação, o Ruby é produtivo, sem ser gambiarrento )

O interesse pela linguagem apareceu aí. Fora isto, o TaQ também mostrou alguns benchmarks bem legais, referentes a diferenças de velocidade que virão com o Ruby 1.9 e ainda, algumas mudanças como o suporte Threads não bloqueantes, que gerava uma grande dor de cabeça do modo como era.
O suporte a Threads ainda não é o ideal, mas com esta resolução, pelo menos deste problema, já ajuda para caramba.

Pausa para o Coffee-Break, onde a foto acima foi tirada e meu celular tomou um bruta tombo que inclusive trincou a capinha dele ( inda bem que nao é a original ). Papos e mais papos jogados fora, lembranças dos velhos tempos do metal e ainda, fincadas no emo mais amado do mundo C# e voltamos para as palestras.

A terceira palestra foi bem legal porque o cara era altamente elétrico. O cara falou, falou, falou e falou. De um jeito bem despojado e interessante.
Logicamente, não foi uma palestra muito técnica. Foi a apresentação de um case relacionado ao site O Curioso, que é velho conhecido dos sysadmins que tem ele bloqueado na maioria dos proxys do mundo hehehehe
O interessante, é que ele falou sobre como desenvolveu o site ( totalmente baseado em Ruby on Rails ) e também, sobre um crawler, que busca os recados no Orkut.
Seria mais ou menos assim. Os scrapbooks cadastrados são buscados, processados e tem seus resultados cadastrados em uma base de dados por este programa. Ele funciona como se fosse o robôzinho do Google que fica varrendo a web, só, que, este, varre o Orkut.
Uma mão cheia para o usuário sem nada para fazer da vida. Mas um grande negócio para quem teve a idéia primeiro, logicamente. E, rentabilidade, é, uma coisa que um site como este gera, querendo ou não, já que muita gente, realmente é altamente curioso a ponto de querer ver o scrapbook de outra pessoa.

 

JRuby

 

JRuby era outro dos pontos altos do evento, pelo menos para mim. Como entusiasta da tecnologia Java e futuro entusiasta do Ruby, uma soma das duas linguagens, sempre é bem vinda.
O JRuby é uma implementação em Java do Ruby. Ou seja, a engine da linguagem é reimplementada em Java e por sua vez, pode ser rodada em qualquer S.O. com uma virtual Machine Java disponível ( desde que não seja a bomba fornecida pela Microsoft, porque aquilo ali acho que nem pode ser considerado Java[bb] ).
O ponto que mais me interessou no JRuby foi que ele integra-se com a tecnologia Java numa boa. Ou seja, como ele é caracterizado como um "adendo" a linguagem, você pode acessar instâncias de classe Ruby no Java e vice-versa.
Exemplo, você já tem uma estrutura java toda montada e quer agora incluir o Ruby. Ao invés de jogar fora todo o código e passar tudo para Ruby, você "inseriria" o JRuby na estrutura e continuaria com seu código legado em Java, agora acessando e trabalhando com o código novo em Ruby.
Isto abre um leque enorme de possibilidade de entrada para o Ruby em estruturas maiores, já consolidadas.

O JRuby também já tem, por ser filhote do Java, resolvidos alguns problemas, com os de Threads e afins. Não vou entrar muito em detalhes porque, ainda não pesquisei plenamente sobre isto.
Mas, em breve, vou colocar alguns posts de minhas experiências com o JRuby e o Ruby por aqui :-)

As outras palestras tinham um foco mais voltado para web, e portanto, não me interessavam muito, por não ser minha área.
O Rafael Apocalypse ( sim, ele tem o nome Apocalypse e isto não é nick ), falou sobre o MVC, uma nova forma de enxergar o desenvolvimento web, onde lógica e design estão separados. Cada profissional ( designer e desenvolvedor ) trabalham na sua parte sem interferir um no trabalho do outro.
O Model/View/Controller é um modelo já consolidado e utilizado pela maioria dos grandes projetos hoje. Vale a pena conhecer, porque desenvolvedor e designer que não sabem o que é isto hoje, já estão fora do mercado profissional, digamos assim.

Após esta palestra, eu e o TaQ acabamos por começar a discutir um pouco sobre o problema do Gnome/Mono, causado pela famigerada Novell[bb] e alguns antigos membros da comunidade do SL.

 

SOMOS SANTOS VIU  ?

 

Na realidade, o TaQ veio me contar que agora o grande Stallman resolveu entrar na briga, contra o Mono ( aquela camada de interoperabilidade com aquela horrorosa tecnologia .NET ) ser dependência obrigatório do Gnome.
Como já foi discutido várias vezes por aqui e em outros blogs, o Miguel de Icaza, filhote mais próximo da Microsoft no meio do SL, está louco para tentar provar que o Mono é algo importante para a comunidade ( porque até hoje ninguém achou uma utilidade prática para ele ).
Assim foi interessante saber que vai haver um screencast entre o Stallman e um membro da Novell para discutir sobre este problema ( porque o Icaza resolveu se calar agora ).
Vai ser realmente interessante ver o Stallman provar que a única distro do mundo que precisa do Mono é a da Novell, porque o projeto é da Novell e teorias da conspiração a parte, pode haver dinheiro da M$ envolvido.

 

JOGA DO MONO AÍ

 

Por estas e outras que eu acho que o Mono deveria ser jogado aí e a descarga dada, para que finalmente a comunidade Linux e Unix possa viver sem ter que ouvir/ler estes disparates falados por um programador que esqueceu como é realmente que se programa.
Interoperabilidade é para fracos. Não se precisa operar com o ruim, para se provar que é bom. Unix sempre vai ser a melhor plataforma de trabalho, quando a gente fica adulto :-)

ATUALIZAÇÃO : Falha terrível. Também esqueci de citar o pessoal do GUS-MG ( GRUPO DE USUÁRIOS SLACKWARE DE MINAS GERAIS ), que eu fiquei conhecendo no evento.
Caras muito legais e com gaz :-) O que é muito bom em termos de Software Livre. Sobre o encontro, camisa e talz, pretendo tratar depois, com tempo porque o GUS realmente merece um cuidado maior ( Slackão, sempre hehehehe ).