Cientistas se preocupam com ascensão do neocriacionismo

da Folha Online

A comunidade científica norte-americana tenta barrar a influência dos defensores da chamada “inteligência superior”, uma nova teoria da origem da vida que os darwinistas consideram neocriacionista.
Este novo movimento, segundo o qual só um ser superior poderia ser responsável pela complexidade das formas que apareceram na Terra, marca cada vez mais presença nas publicações e fóruns científicos nos Estados Unidos.
Até agora, e desde a redação de “A Origem das Espécies” de Charles Darwin, a teoria da evolução era amplamente aceita na comunidade científica.
Mas o apoio dado à nova teoria por alguns biólogos pôs os darwinistas na defensiva, reforçando ao mesmo tempo a influência de grupos religiosos conservadores que recusam a teoria da evolução.
“Na base está um movimento cristão”, afirma Barbara Forrest, professora de filosofia na Universidade do Sudeste da Louisiana e destacada crítica dos antineocriacionistas.
Os defensores do movimento da “inteligência superior” afirmam que a teoria da evolução não consegue responder a certas questões sobre o desenvolvimento de certas formas vivas.
Para Michael Behe, professor de bioquímica na Universidade de Lehigh, e defensor da nova teoria, “a ciência não progride ignorando o que parece evidente”.
Segundo esta teoria, certas estruturas existentes em seres como os flagelados (protozoários), ou as asas de moscas do gênero Drosophila, não podem ser explicadas só com o conceito darwinista da seleção natural.
Behe afirma que a complexidade dos flagelados e de certos “mecanismos” existentes nas células não pôde evoluir a partir de outras formas vivas.
Na ótica dos darwinistas, que constituem a grande maioria dos cientistas, os defensores da nova teoria “apropriam-se do que é ainda desconhecido para concluir que seria criado por uma inteligência superior”.
Os defensores da teoria criacionista são encorajados por um comunicado publicado em 1999 pelo então governador do Texas, o atual presidente George W. Bush, em que se dizia que “as crianças deviam aprender várias teorias sobre as origens do mundo”.
Com agências internacionais