A ONDA VERDE

Não, eu não pretendo ficar discorrendo aqui sobre os problemas do meio ambiente, que todos nós já estamos carecas de saber. Mas, este post, em questão, foi "induzido" a existir, ao ler uma coluna do Jonathan Schwartz, CIO da Sun.
Gosto do modo como ele escreve, pois, na maioria das vezes, ele toca nos pontos importantes e mostra com a empresa dele está encarando estes novos desafios. Logicamente, que ele, por ser CIO da Sun, puxa sardinha para os seus produtos ( que, eu, por sua vez, sou altamente fã ), mas ao mesmo tempo, mostra tendências de mercado que vieram para ficar e, sinceramente, devem continuar por aí por muito tempo.

Uma destas tendências é a onda verde que assola o mundo. Ser Carbon Free é uma meta agora que todas as empresas correm atrás, sejam elas americanas ou de outro local do mundo. Porque enfatizei os americanos ? Porque além de serem os maiores poluidores do mundo, são o país que tem o presidente que não gosta de assinar os protocolos ligados a "este negócio de meio ambiente".
Acho que na visão do bonequinho MAD ( ou alguém nunca notou que o Bush é a cara do personagem mor da revista MAD ? ), os EUA estão acima da natureza. O país não precisa dela para viver ....

 

VE SE REALMENTE NÃO PARECE ...

 

Mas, o que é ser Carbon Free ? Na realidade, na definição das instituições que estão atuando na área de "descarbonização", são as empresas tomarem como atitude principal evitar a emissão dos gases que são os principais geradores do efeito estufa ( CO2, CH4 e o N2O ).
Assim, a maioria das empresas para evitar problemas ambientais está procurando isto, mas ao mesmo tempo, procurando redução de custos.

A maioria dos datacenters hoje, perde boa parte de seu poder de processamento e/ou gasto de energia, em calor, e em muitos dos casos, gera também diversos detritos nocivos a natureza ( desde baterias de nobreaks, até as garrafas plásticas de refrigerante e fast food que os analistas de plantão vão estar comendo /* lógico, ou alguém já ouviu falar de nerd que se alimenta bem longe das esposas ? */ ).
Estes efeitos de perda de energia, acabam acontecendo, por causa da famosa antiga cultura. Diversas máquinas sub-utilizadas, que fazem um grande volume, e levam todos a crer que aquilo é o melhor. Com o tempo, os CIOs começam a enxergar que, com aquele datacernter enorme, ele não tem 10% de uso, e ainda por cima, literalmente, joga recursos fora como se isto não fosse problema.
Não vou entrar na explicação física disto, mas podemos ver em grandes datacenters do modo mais fácil. Diversas máquinas, geram muito calor, que geram a necessidade de cada vez mais ar condicionado. E, a necessidade de ar condicionado, gera, por sua vez, mais consumo de energia.
Mais consumo de energia leva a mais custo e por sua vez, prejuízos em alguns casos.

Com o passar dos tempos, um fenônemo que havia sumido com a "adição" dos X86 aos ambientes de servidores voltou a entrar na onda, virtualização. Ou seja, você compra uma máquina e utiliza a bichinha até o fim dos seus recursos, evitando a necessidade de mais de uma máquina e menos emissão de calor. Assim, um datacenter com 8, 10 máquinas, iria na realidade ter 2 ou 3 fazendo o mesmo trabalho.

Nos ambientes RISC isto já é meio antigo. A Sun quando lançou o Niagara 1 já havia pensado em estruturar os ambientes de TI para aproveitar cada vez mais os recursos, tornando o processador praticamente um computador. Ou seja, desde redes a aceitação de mais de uma thread por núcleo, eles levaram ao máximo a idéia de virtualização e utilização máxima dos recursos, causando por sua vez, economia do lado do cliente.

É, neste ponto, que devemos pensar. Nós, da tecnologia, acabamos por viver em um mundo quase próprio. Como, todas as nossas "ações" dependem da energia elétrica, nem sempre lembramos que mais e mais recursos naturais são usados para isto. E, na ânsia de mais "poder de processamento" colocamos às vezes para pequenos serviços, jamantas que processariam até o dobro do que precisamos.

É aí, que, talvez, o Carbon Free tenha que entrar na nossa cabeça. Menos recursos naturais utilizados, são menores custos para o cliente e melhor qualidade de vida para o todo.
Concordo com o Schwartz quando ele diz que devemos pensar primeiramente no cliente. Quando ele está dminuindo custos, indiretamente está usando menos recursos. E, indiretamente, você está abraçando a causa da natureza, sem ser radical igual aos desequilibrados do Green Peace.

E, é hora, da maioria das empresas prestadoras de serviço em TI, abrir os olhos para este novo filão. A idéia de radicais Hipongas pedindo por responsabilidade ambiental já passou. Agora, os hipongas viraram grandes empresários tendo lucro em consultorias ambientais .... será que realmente, devemos ficar de fora, deste abraço às árvores ...

Espero, pelo futuro de nossos filhos, que não :-)