Rush é sem dúvida, uma banda mágica. Mágica porque seu instrumental é perfeito, suas músicas alcançam um nível de técnica pouco encontrado hoje em dia na maioria das bandas e sem dúvida, tem um baterista que eu considero, um dos maiores do rock mundial.
Conheci Rush quando estudava bateria em Divinópolis, minha cidade natal. O meu professor ( grande Bispo ) chegou, e me mostrou aquele som poderoso, em que um cara fazia com a bateria o que qualquer pessoa gostaria ( e sonharia ) de fazer em qualquer momento da sua vida.
Na época, eu era fã de podreira ( como ainda sou hoje ) e minhas bandas preferidas eram Sarcófago, Napalm Death e outros, e o som me mostrou o que um cara pode fazer com a bateria sem precisar soar como uma metralhadora.
Não preciso de dizer, que desde então, Rush é a segunda paixão musical da minha vida ( porque a primeira, sempre vai ser o Slayer ), e sempre estou acompanhando a trajetória da banda.

A algumas semanas atrás, tive alguns problemas críticos com uma estrutura que administro e fui forçado a viajar para resolver os problemas ( ou seja, atualizar todos os Linux que estavam instalados nesta estrutura em questão ).
Tenho o hábito de comprar revistas para ler durante o período de uma viagem, porque em geral, são os poucos momentos que tenho de sossego as vezes para ler algo diferente.
E, ao comprar a Modern Drummer, acabei me deparando com uma matéria falando sobre o processo de composição que o Neil Peart usou para o novo disco da banda, Snakes and Arrows.
Caramba, choque inicial e no fim, uma leitura extremamente detalhada sobre o processo que o cara usou. Neil Peart, é, sem dúvida, um mestre nisto. Enquanto responsável pelas letras e enquanto responsável pelas baquetas do Rush.
Isto causou aquele furor básico da compra. Literalmente, no final de semana, corri com esposa e filha, para uma loja no Shopping Del Rey, visando comprar o disco.
Meio carinho, mas eu acabei pegando ( sim, eu nem havia baixado as MP3 ainda ) porque eu confio um pouco mais no Rush que na maioria das bandas, pois até agora, pelo menos eles não fizeram um disco que me desagradasse por completo.
Bem, posso dizer que isto, foi, realmente, algo que este trio continou não fazendo. Apesar de ter gostado para caramba do Vapor Trails ( entendo aquele disco como uma transição do Rush ), este novo disco, me agradou bastante.
O Rush veio mais pesado, sei lá, com um Neil Peart mais solto, vocais mais "loucos" do Alex Lifeson e guitarras mais poderosas. Literalmente, um Rush moderno, em tempos em que peso não é mais uma coisa tão "incomum" nas bandas de Rock Progressivo.
Os refrões continuam grudentos, como na faixa de abertura, Far Cry, que muito me agradou. Peart detona nesta música, tal qual faz em todas as outras.
O que eu notei no disco, foi que ele foi construido para ser simples e ao mesmo tempo complexo. Várias músicas, remetem a conteúdos estranhos, como foi notado por um crítico, em matéria no site Whiplash.
Não havia notado isto, mas ao ouvir "Spindrift", depois do que o cara falou, realmente, o instrumental parece recriar o som de ondas batendo na praia.
Uma forte áurea de experimentação deve ter sido necessária para chegar a isto.

O que posso dizer, é que o disco vale a pena. Sejam fãs ou não de Rush, ouvir um disco deste, nos dias de hoje, é algo raro. Obras primas, hoje, são coisas que a indústria da música desconsidera e depois fica xingando a pirataria crescer ...
Se houver uma chance, compre .... você não vai se arrepender de ouvir Snakes and Arrows ... eu, ouço quase todos os dias ... porque ele já está no meu MP4 ( eu sei, este post está altamente sem sentido e por sua vez, uma review altamente fã, mas eu não tenho culpa ... RUSH É RUSH HEHEHEHE ) :-)