Parte 8: ajustando o ciclo da Inteligência ( Let’s kill the Intelligence Circle )

Por: Kristan J. Wheaton

Original em: http://sourcesandmethods.blogspot.com/2011/06/part-8-tweaking-intelligence-cycle-lets.html

Um número grande de estudiosos e profissionais tem tentado ao longo dos anos corrrigir os problemas relacionados com o ciclo da inteligência. Embora, do ponto de vista teórico, praticamente todas estas tentativas resultaram em um melhor entendimento do processo de inteligência e nenhum foi capaz de destronar o ciclo da Inteligência como imagem dominante de como a inteligência trabalha.

Estas novas escolas de pensamento versam sobre dois padrões gerais: aqueles que estão aprimorando o ciclo da inteligência, a fim de trazê-lo mais perto da realidade e aqueles que procuram reformular toda a imagem de como funciona a inteligência ( que pretendo discutir em no próximo post ).

Vários autores têm procurado modificar o ciclo da inteligência a fim de criar uma imagem mais realista de como a inteligência “realmente” funciona. Enquanto algumas reestruturações ocorrem virtualmente dentro das escolas de inteligência, os quatro autores mais discutidos incluem Lisa Krizan, Gregory Treverton, Mark Lowenthal e Rob Johnston. Estes autores procuram desenvolver o modelo já existente a fim de torná-lo mais realista.

Krizan em sua monografia em 1999, Intelligence Essentials for Everyone ( O essencial da Inteligência para todos ) oferece uma visão ligeiramente reestruturada do Ciclo da Inteligência ( ver a imagem abaixo ) e, enquanto citando Douglas Dearth, afirma que “estes rótulos e a ilustração … “, não podem levar a intepretação que a inteligência é um processo unidimensional e unidirecional. “Na verdade, o [processo] é multidimensional, multi-direcional, e – Mais importante – interativo e iterativo.

Krizan

De: Intelligence Essentials for Everyone

Treverton, na reformulação da Inteligência Nacional em uma era da informação ( Reshaping National Intelligence In An Age Of Information ), apresenta uma versão um pouco mais ambiciosa do ciclo. Nesta adaptação, Treverton pretende incluir completamente a figura de um decisor no processo. Abaixo, uma versão do ciclo do Treverton.

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De: Reformulação da Inteligência Nacional

Lowental, no seu clássico, “Inteligência: dos segredos a política” ( Intelligence: From Secrets To Policy ), reconhece as falhas do ciclo de inteligência tradicional que ele chama de “simples demais”. Sua versão, reproduzida abaixo, demonstra “que em qualquer fase do processo, é possível – e por vezes, necessário – voltar para uma etapa anterior. A coleção inicial pode se mostrar insatisfatória e pode levar os responsáveis políticos a alterar os requisitos, processamento e informações e exploração ou análise onde é possível revelar algumas lacunas, que acaba resultando em novas exigências de coletas; e os consumidores ainda podem modificar suas necessidades e pedir mais do produto final da inteligência. E, nesta ocasião, os oficiais de inteligência podem receber feebacks.” O modelo revisado de Lowenthal, mais do que qualquer outro, parece-me que captura que o processo de inteligência ocorre em um ambiente onde o tempo é muito limitado.

De: Inteligência - dos segredos a política

De: Inteligência – dos segredos a política

Talvez o revisionamento mais dramático do ciclo de inteligênci, no entanto, vem do antropóologo Rob Johnston em seu livro, Cultura analítica na comunidade de Inteligência dos EUA ( Analytic Culture In The US Intelligence Community ). Johnston passou um ano estudando a cultura analítica da CIA em um período de tempo logo após os fatídicos acontecimentos de 11 de setembro de 2011.

Seu ponto de vista único resultou em uma versão igualmente única do ciclo de inteligência tradicional, desta vez a partir de uma perspectiva de sistemas. Esta visão bem complicada ( reproduzida abaixo ) inclui “stocks” ou acumulações de informação; “fluxos” ou determinados tipos de atividade; “conversores” que modificam das entradas às saídas e de “conectores”, que amarram todas as outras partes.

Embora, de acordo com Johnston, “a premissa que está por trás da análise de sistemas, como base para a compreensão dos fenômenos é que o todo é maior que a soma das partes”, o modelo posterior não pretende substituir o ciclo de inteligência mas apenas descrevê-lo com maior precisão: “os elementos do ciclo de inteligência são identificados em termos da sua relação uns com os outros, o fluxo do processo e os fenômenos que influenciam os elementos e o fluxo”.

De: Cultura analítica da comunidade de inteligência dos EUA

De: Cultura analítica da comunidade de inteligência dos EUA

Embora cada um destes modelos reconhece e tenta corrigir uma o mais deficiências inerentes ao ciclo tradicional da Inteligência e cada uma das versões modificadas é uma melhoria a partir do ciclo inicial, nenhum destes modelos busca descartar a visão fundamental do processo da inteligência descrito pelo ciclo.

Seguinte: Deixando para trás o ciclo da Inteligência.

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